domingo, 6 de setembro de 2009

Quando chega Setembro

Provavelmente alguém terá uma explicação “científica” para estas coisas, eu não, o que é certo é que todos os anos em Setembro me lembro do Salvador Allende.

Em 1973 estava na tropa em Paço de Arcos. Na unidade havia um jornal de Parede que fazia a glorificação do ditador Augusto Pinochet, depois do golpe brutal que derrubou o primeiro Presidente Marxista a ser eleito democraticamente na América Latina.

Vivia-se nesta altura uma intensa “Guerra Fria” com os Estados Unidos envolvidos no Vietname, e o aparecimento de um regime Comunista na sua área de influência era a última coisa que os Americanos queriam, já bastava o êxito da revolução de Fidel.

Assim em Setembro de 73, aproveitando algumas convulsões sociais que as revoluções são peritas em criar o Ditador deitou por terra o sonho Chileno, Allende foi assinado no Palácio de La Moneda.

Em Setembro de 1974, continuava em Paço de Arcos, nesta altura já tinha-mos tomado de assalto a “redacção” do Jornal de Parede e obviamente o conteúdo mudou radicalmente.

Tinha 21 anos, o Che Guevara o meu ídolo, MRPP, FEC(ml) estavam muito à direita e no “meu jornal de parede” lá estava a última frase de Salvador Allende.

"¡Viva Chile! ¡Viva el pueblo! ¡Vivan los trabajadores!"

Uns tempos depois emocionei-me com o filme “Chove em Santiago.

1 comentário:

gaivota disse...

linda homenagem... nesse tempo, eu não estava na tropa (lol) mas o resto do teu texto está comigo, também "pinguei" com o filme,
viva el chile! que é lindo...
beijinhos