Já há uns tempos tinha falado de um trabalho sobre o Hotel
Lisbonense, que um amigo de seu nome, Vicent Craveiro Martins, estava a levar a
cabo.
Pois bem esta semana este nosso amigo que eu não tinha o
prazer de conhecer, teve a gentileza de me oferecer este magnífico trabalho
agora publicado em livro.
A História Social e Arquitectónica do Grande Hotel
Lisbonense, é um trabalho de grande pesquisa, e que obviamente contou com a
colaboração de várias pessoas ligadas à história da Cidade, sim porque quem
pretender contar com a ajuda da autarquia para coisas deste género, esqueça, porque
para haver um Arquivo Municipal era preciso que as pessoas tivessem um mínimo de
sensibilidade e isto é pedir muito.

Mas voltando ao livro, que é o que verdadeiramente importa,
um dos capítulos que me surpreendeu, por não estar à espera, é dedicado aos
Bailes de Carnaval que o Velho Lisbonense, já em fase decadente, levava a
efeito com organização da Sociedade Columbófila Caldense.
O salão nobre era arrumado com as cadeiras da frente onde as
meninas aguardavam pelo “cavalheiro” que as viria buscar para a dança. E na
fila de trás, com um ângulo de visão de
360º estavam as “mãezinhas” que vigiavam o
comportamento das respectivas donzelas, não fosse o “Cavalheiro” colocar a
perninha em sítio menos adequado.
Para iludir esta apertada vigilância, era aqui que entrava a
“celebérrima” coluna central,
Uma espécie de eclipse de filha aos olhos da mãezinha.
Claro que não será necessário mencionar que aquele metro
quadrado era o mais disputado do Atlântico aos Urais.
Oposto à fila das cadeiras ficava o grupo de jovens que não
tinha sido bem sucedido nos convites para a dança, o que na gíria se dizia que
tinha levado uma grande tampa, mas que já se perfilava como “predador” da sua
próxima presa.
Claro que o livro tem
assuntos muito mais interessantes do que este, por isso os meus parabéns ao
Autor, e já agora se alguém estiver interessado em adquirir, o número de telefone
do Vicent é 912653639.