domingo, 19 de abril de 2009

Cravos de Abril

Já são muitos os anos que nos separam da “Revolução dos Cravos”, mas eu tal como o Sr. Antão, que “incompreensivelmente”, aos meus olhos de então, comemorava a República, também eu continuo a “pôr o meu cravo na lapela”.
...E por favor não culpem o 25 de Abril por esta crise profunda que vivemos. Tal como também não pode ser responsabilizado pela imbecilidade da classe política que nos tem governado, nem tão pouco pelo facto de nos termos demitido de participar na “coisa pública” defendendo os nossos ideais.

Por tudo isto deixo aqui o meu cravo com este magnifico poema de José Fanha.

CRAVOS

Para os meninos que queiram recordar o que não viveram

Tinha um cravo na lapela
tinha outro cravo na mão
pus um cravo na janela
e mais um no coração.

Dei cravos a tanta gente
tanta gente os deu a mim
nesse dia de repente
tudo em volta era um jardim.

Dei um cravo ao soldadinho
outro cravo ao capitão
liberdade pão e vinho
e que viva a revolução.

Cravo em verso cravo em prosa
cravo nosso meu e teu
em Maio que é mês da rosa
choveram cravos do céu.

Muito tempo já passou
no que passou desde então
mas o cravo esse ficou
dentro do meu coração.

Passa o tempo e não demora
no que passou desde então
mas o cravo inda cá mora
dentro do meu coração.

José Fanha (Abril 2006)

2 comentários:

Zé ParrulaPiteira disse...

Ola Ze
Concordo plenamente contigo é que o cravo ainda cá mora dentro do meu
di meu coração,
Abril será para sempre .
Abraço

Unknown disse...

o problema é mesmo o "...facto de nos termos demitido de participar na coisa pública..."