segunda-feira, 4 de março de 2013

Ainda a Rua das Vacarias


A propósito do último post sobre a Rua das Vacarias, o meu Amigo Chaves, rebuscou na sua memória e deu uma descrição completa daquela zona.
A fotografia que ilustra este texto, retrata a Rua das Vacarias e foi tirada em 1982 por um dos melhores fotógrafos desta cidade, Pedro Olivença.

Bem me lembro da velha placa em cerâmica "RUA DAS VACARIAS", nasci quase em fronte da mesma, numa casa em que os Samagaios eram os donos, depois mudamos para uma casa um pouco maior em frente da mesma, cujo dono era o Joaquim Herculano.
Quem subia a Calçada 5 de Outubro (Ladeira do Charuto), a meio da mesma, do lado esquerdo era a Rua da Ilha e do lado direito era a Rua das Vacarias. Os velhos habitantes na altura, eram no lado direito a "Padreca", o Januário (pai do Manuel Soares "antigo dirigente do Caldas" e do Esticadinho) que era o guarda dos W.C. da mesma rua. Do lado esquerdo era a taberna do Jaquim Albardeiro, logo a seguir era a minha segunda casa com as traseiras para a pensão "Capelinha do Monte. Seguindo agora até ao fim da rua sempre na esquerda era o prédio do Vasconcelos e o prédio onde moravam os pais da Fátima, Tó Mané e a São Lopes, logo a seguir era Cocheira dos burros e estábulos das vacas dos Casimiros  (o Zé era continuo da escola B.P.) e um muro com uma grande Nespereira e que era o quintal da escola feminina da praça do peixe. Seguindo em frente havia a pequena travessa "ainda existe " e as velhas sentinas com o cheiro a creolina Seguindo em frente era o rei das toalhas (pai do Tó) a Zambézia, que foi destruída por um dos maiores fogos da data, o rei das cavacas e.... Voltando ao início da rua "lado direito" era a Padreca, os Soares, a casa onde nasci, o prédio do Engenheiro Temundo Vendas, (antes os armazéns do Serafim) as velhas escadinhas, um outro prédio, a casa do Paulino Montez, a parte superior da taberna do Narciso, a casa dos Alves e do Carvalinho. É de notar que a rua presentemente é uma rua sem vida, sombria, talvez como tantas outras "minha rua" que foram as nossas ruas..
Nostalgia.....

Chaves

Este nosso amigo Chaves tem uma memória de elefante! Vejam bem como ele recorda os nomes das pessoas que moravam dum e doutro lado da Rua das Vacarias. Eu, que tive a minha primeira morada na Rua da Ilha quando cheguei às Caldas em 1948, apenas me recordo de ter morado no quintal do ti Aníbal. Nem me lembro do Chaves que morava ali tão perto, nem de qualquer outro vizinho. Da Rua das Vacarias apenas recordo de lá ir algumas vezes buscar o leite ainda quentinho à tal vacaria que o Chaves fala.

Fernando Santos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Em 1982 já eu estava no Canadá há 12 anos e aí já se via o estado da"minha rua" que antes era pobre mas tinha alma. Voltando a quem lá morava agora é mais fácil de compreender o que eu tentei dizer. A Rua das Vacarias era de pedra de calçada larga mas com melhor aspeto do que aquilo que se vê na foto que não é nem deixa de ser...Já na altura os nossos técnicos camarários deixavam construir aqueles caixotes de linha retas em cima das pessoas e a rua ficou mais feia. olhando a foto, onde está o contentor era a casa da Júlia Padreca com a entrada na ladeira, a seguir os Soares, a casa onde nasci e a casa da Srª Margarida que alugou aos meus sogros, pais do Victor Corado e Lourdes Bernardes, agora (esposa) sendo então meus vizinhos. Quando cheguei do Ultramar Fev, de 1966, moravam lá,no primeiro prédio, além do Eng T. Vendas, o Dr Laborinho, os Elias agora (dr João) e a irmã, assim como a minha primeira professora de Religião e Moral com o seu marido vulgo (bebé da nestlé) que trabalhava na Sacor e ajudava na leitura na missa. No prédio ao fundo morava outra minha professora, a esposa do Dentista Dr Lamí Tragam outras ruas e as recordações de quem nelas viveu Na minha segunda casa, em frente da primeira onde nasci, primeiramente viveram os Machados, sogros do Mário Lino Chaves

antonio Abilio disse...

Tal como o Quim Chaves recorda a sua rua das Vacarias, eu não habitei lá, mas tinha uma tia e um tio que lá viviam os quais o Quim também se referio, que eram o Tio Narciso Frazão proprietário da Pensão Estremadura, se a memoria não me falhar,o qual também tinha a taberna que a entrada era pela rua das Vacarias, e descias-se uns degraus porque a Rua das Vacarias era mais alta do que a Rua Herois da Grande Guerra onde se entrava para a Pensão.
A tia Maria Venãncio(Casimiro)que nós sobrinhos a conheciamos melhor por a Tia das Vacinhas, onde muitos de nós iamos buscar o leitinho fresco que o tio Casimiro o tirava enquanto se esperava.
O meu agradecimento ao Quim Chaves por a sua memória tão afinada, e nos dar este relato tão ao premenor, da sua rua e das suas raizes.
Aquele Abraço.

Antonio Abilio