Para mim a figura de Fernando Assis Pacheco será sempre associada ao Diário de Lisboa e ao Concurso “A Vaca Cornélia”
Falecido aos 58 anos, Assis, como os amigos o tratavam, apresentou-se assim, numa entrevista dada em 1978: "Sou o Fernando Assis Pacheco, 41 anos, um pasmado sem cura. Tudo me espanta, gramo a vida, quero morrer mais lá para o verão".
Para assinalar a efeméride aqui fica um poema de Fernando Assis Pacheco
A Profissão dominante
Meu Deus como eu sou paraliterário
à quinta-feira véspera do jornal
nadando em papel como num aquário
ejectando a minha bolha pontual
de prosa tirada do receituário
onde aprendi o cozido nacional
do boçal fingido o lapidário
- fora algum deslize gramatical-
Receio que me chamem extraordinário
quando esta é uma prática trivial
roçando mesmo o parasitário
meu Deus dá-me a tua ajuda semanal
Fernando Assis Pacheco
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