domingo, 26 de dezembro de 2010

Chove. É dia de Natal

Natal, e não Dezembro Entremos, apressados, friorentos, Numa gruta, no bojo de um navio, Num presépio, num prédio, num presídio, No prédio que amanhã for demolido... Entremos, inseguros, mas entremos. Entremos, e depressa, em qualquer sítio, Porque esta noite chama-se Dezembro, Porque sofremos, porque temos frio. Entremos, dois a dois: somos duzentos, Duzentos mil, doze milhões de nada. Procuremos o rastro de uma casa, A cave, a gruta, o sulco de uma nave... Entremos, despojados, mas entremos. De mãos dadas talvez o fogo nasça, Talvez seja Natal e não Dezembro, Talvez universal a consoada. (David Mourão-Ferreira, Cancioneiro do Natal)

1 comentário:

MaximinoMartins disse...

Sim...
"...De mãos dadas talvez o fogo nasça,
Talvez seja Natal e não Dezembro,
Talvez universal a consoada..."

Então...aceitemos o desafio...
Demos as mãos e ajudemos a ser Natal...mesmo sem ser Dezembro...!!!