A Escola de Sargentos do Exército comemora no dia 1 de Junho o seu 27º aniversário, mas para nós Caldenses aquele aquartelamento será sempre o R.I.5.
O Regimento de Infantaria Nº5 foi criado na primeira metade do século XIX e andou por vários quartéis, Porto, Angra do Heroismo, Elvas e Lisboa. Em 1918 foi integrado na 6ª Brigada de Infantaria que tomou parte na Batalha de La Lys ou de Armentiéres, contribuindo para a derrota do “inimigo”.
Em 26 de Maio de 1918, passou a ter como área de guarnição as Caldas da Rainha onde foi instalado nos Pavilhões do Parque passando a ser o orgulho da Vila que tinha pela primeira vez uma unidade militar aquartelada.
O regimento viria a mudar de cidade mas em 1927, com a elevação de Caldas da Rainha a cidade regressou aos Pavilhões do Parque.
Em 1941 embarcava para Cabo Verde o primeiro Batalhão expedicionário do regimento de Infantaria Nº5, seguiu-se depois o envio de tropas para a Índia em 1959. Entretanto em 1961 mobiliza ainda uma Companhia para a Índia, 2 para Angola e 1 pelotão de morteiros para a Guiné.
O regimento aquartelado nos Pavilhões do Parque, mudou-se para o quartel onde hoje funciona a Escola de Sargentos em 5 de Junho de 1953, a inauguração com pompa e circunstância contou com a presença do Presidente da República.
Em 1974 protagonizou o primeiro sinal revolucionário com o “16 de Março” que viria a ser fundamental para a Revolução dos Cravos.
2 comentários:
O R.I. 5 para o meu pai foi o local de partida para São Vicente, Cabo Verde, na primeira de muitas outras viagens através dos oceanos, e da qual, apesar dos seus 88 anos ainda guarda imensas (nem sempre boas) recordações. Como era dura a vida do simples soldado na altura. Nem direito tinham à TV na partida ou na chegada da expedição. Para mim foi o local onde «assentei praça» em Outubro de 73, e onde «assisti» através da rádio de um soldado, ao 25 de Abril. Fazia a minha ronda de serviço quando a conhecida voz do locutor, num tom diferente do habitual, me fez sentir de imediato que alguma coisa se passava. Vieram depois, os sons das botas sobre a calçada (gravados em Paris) da Grândola do Zeca. Senti que uma nova era começava para o nosso país, e as coisas nunca mais seriam como dantes.
Sempre que passo frente àquela porta de armas, lembro-me com emoção daqueles momentos.
Amigo Zé Luís, por pouco que nos cruzávamos, mais uma vez, num mesmo local. Passei cerca de duas semanas no RI5 na primavera de 73. Depois mudei-me para outras paragens mais interessantes e libertadoras. Quando se deu o 16 de Março e, sobretudo, o 25 de Abril, já havia recuperado o meu estatuto de paisano, pelo que tive o privilégio de viver esses momentos históricos ao vivo e a cores.
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