sábado, 11 de janeiro de 2025

CASAS QUE FIZERAM HISTÓRIA – HENRIQUE MARTINS

Henrique Martins nasceu nas Caldas da Rainha e foi um reconhecido electricista de automóveis, aprendeu com Carlos Benjamim, um dos primeiros electricistas das Caldas, trabalhou durante alguns anos em Lisboa mas em 1956 abriu a oficina na Rua do Montepio.
Não era um homem de trato fácil, mas devido à sua competência conseguiu angariar boa clientela.
Esta empresa chegou a ter 16 funcionários, entre eles empresários como José Sebastião,  teve períodos de grande azáfama.
José Augusto, um antigo colaborador, contou-me um dia que nos anos 70, quando se tornou obrigatório os carros terem pisca-pisca, chegaram a ter filas de espera de algumas dezenas de viaturas que se estendia pelas ruas mais próximas, isto porque como se sabe a oficina é pequena, aliás segundo o Virgílio Maia, as cantarias da porta foram desbastadas para que as camionetas do Thomaz dos Santos pudessem entrar para reparação.
A reconstrução de baterias era uma das vertentes de grande importância na altura, como se podia ver pela publicidade gravada na parede.  
Em 1980, Henrique Martins vitimado por doença faleceu, ficando a sua esposa à frente do negócio em parceria com os funcionários.
Com a reforma do José Augusto, a empresa ficou para o Virgílio Maia que entrou em 1965, e do Miguel Silva que se juntou à equipa em 1972.
Com o decorrer dos anos, a reparação das viaturas sofisticou-se e naturalmente a oficina foi perdendo o fulgor de outros tempos e acabou por encerrar  por volta de 2020.



domingo, 5 de janeiro de 2025

A REVOLTA DA MARINHA GRANDE

Hoje vou contar uma pequena história que nesta altura do ano relembro sempre.
Nos anos noventa fui à Marinha Grande, pois precisava de comprar umas embalagens de plástico que uma fábrica de lá produzia.
Como não sabia bem onde ficava a unidade fabril em causa entrei numa “tasca” para perguntar. Numa mesa ao canto estava um “velhote” que me deu a informação, conversa puxa conversa,  e lá fiquei com este amigo durante bastante tempo.
Fiquei a saber que fizera parte do levantamento operário que em 18 de Janeiro de 1934 fez tremer Salazar.
O movimento que contestava a ordem dada pelo ditador de proibir os Sindicatos, provocou a revolta dos trabalhadores que levou ao assalto de postos policiais, bloqueios da linha férrea e outras ocupações em vários pontos do País, mas foi na Marinha Grande que o movimento teve maior expressão.
Este meu amigo falava do acontecimento com grande entusiasmo, contou-me que tinha participado no assalto à estação dos correios.
Contudo, rapidamente, a PIDE e as forças militares da Infantaria 7 e Artilharia nº 4, puseram fim ao movimento.
Não me lembro do nome deste amigo que partilhou comigo aquele momento, lembro apenas que tinha um boné “à Lenine”.
Com o passar dos anos percebo melhor a nostalgia com que ele falava da sua revolução, é semelhante à minha quando se fala do 25 Abril…já ninguém se lembra.
A história de um País também é feita desta gente.

Imagem do Portal “Marinha Grande recorda o 18 de Janeiro 1934”

domingo, 22 de dezembro de 2024

UM NATAL NOS PIMPÕES

Tenho pela colectividade “Os Pimpões” um enorme sentimento de pertença que vem desde os tempos em que vivia no Bairro da Ponte, foi uma colectividade que deu muito à comunidade, julgo até que a cidade nunca lhe prestou o reconhecimento devido pelo enorme trabalho que desenvolveu,.
Os Pimpões, tal com o próprio Bairro da Ponte, sofreram sempre do estigma de ficar no lado de lá da linha, era o bairro operário, mas isso “são contas de outro rosário”. Como estamos próximos do Natal aqui deixo esta magnifica fotografia da festa de Natal dos Pimpões de 1943.
(Esta fotografia pertence ao espólio dos Pimpões)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

MUSEU DAS MÁQUINAS FALANTES

Por vezes temos as coisas aqui tão perto que nos passam despercebidas. Há alguns dias, uma reportagem na TV, chamou-me a atenção para o recém criado Museu das Máquinas Falantes, em Alcobaça, e hoje, aproveitando este sol de inverno, resolvi visitar esta magnifica colecção de um antigo funcionário da Emissora Nacional, de seu nome, José Madeira Neves. Deixo aqui algumas fotografias do material exposto, mas recomendo vivamente uma visita ao Museu. Já agora, para o passeio ser perfeito, experimentem os doces conventuais de Alcobaça, que são coisas do outro mundo








sexta-feira, 29 de novembro de 2024

CARPINTARIA MECÂNICA NACIONAL

O meu amigo Carlos Mendonça entretém-se a pesquisar e escrever histórias e memórias dos tempos em que a sua mobilidade não lhe tinha pregado a partida de o prender a uma cadeira de rodas.
Telefona-me com regularidade para dois dedos de conversa, e ontem perguntou-me se tinha alguma documentação sobre uma carpintaria que havia na Rua Sebastião de Lima.
Nos meus arquivos sobre o Comércio das Caldas tenho várias facturas, dirigidas à Secla, da Carpintaria Mecânica Nacional, julgo que é esta a que ele se referia, mas confesso que não tenho muita informação sobre esta casa. Quem sabe se algum amigo que leia este post possa ajudar.

   

sábado, 16 de novembro de 2024

DESFILE ETNOGRÁFICO

Este Sábado a cidade assistiu ao desfile etnográfico que com o seu colorido dos trajes e alguma música à mistura, deram à cidade um ambiente de festa.
Estas iniciativas são importantes para as colectividades, é uma oportunidade de mostrar o seu trabalho de recolha sobre os costumes e tradições, bem como das modas e cantares
Por mim gosto disto, torna a cidade com alma e com “gente lá dentro”.





quarta-feira, 13 de novembro de 2024

A ANTIGA DIRECÇÂO COMEMOROU ASSIM OS 122 ANOS DA ACCCRO

Fez ontem 122 anos que um grupo de quarenta e cinco cidadãos, entre os quais figurava Rafael Bordalo Pinheiro, reuniu no Hotel da Copa para aprovar os estatutos do que viria a ser a Associação Comercial.
A “rapaziada” desta foto, que já passou por esta Associação, deixa aqui os parabéns à ACCCRO, uma das Associações Empresariais mais antigas do País.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

O NAUFRÁGIO DO HIGLAND HOPE, OU A HISTÓRIA DE UM PIANO

O vapor Inglês Highland Hope pertencente à companhia Nelson Line era um navio de 14 000 toneladas que encalhou nos rochedos do Farilhão Grande, a Norte das Berlengas, numa zona conhecida como Bailadeira.
Na noite de 19 de Novembro de 1930, apenas 1 ano após a sua construção, o Highland Hope, devido ao denso nevoeiro que se fazia sentir, encalhou de proa naqueles ilhéus não tendo sido possível a sua remoção pelo que viria perder-se.
Das 550 pessoas a bordo não houve vítimas a registar, devido fundamentalmente à assistência pronta dos barcos de Peniche, na sua maioria embarcações que se dedicavam à pesca. Todos os ocupantes do navio foram transportados para Peniche onde lhes foi dada roupa, comida e abrigo.
Procedeu-se ao salvamento de todos os objectos de fácil transporte, entre eles um piano fabricado em 1890, que o Montepio Rainha D. Leonor adquiriu e passou a utilizar nos bailes e teatros que esta instituição realizava.
Esta Pianola não necessitava de pianista, pois tinha um sistema de cilindros, que para tocar bastava rodar.
Quando o Montepio fez a Casa de Saúde, acabou com os bailes e em 1947 o Piano foi vendido aos “Pimpões” por 1.500 Escudos.
Julgo que o Piano ainda se encontra na Biblioteca dos “Pimpões”, pelo menos nos anos que fiz parte das direcções estava lá, e na altura, depois de um restauro levado a cabo em 1993, funcionava perfeitamente.
 
Fontes Bibliográficas
Mariano Calado, Peniche na História e na Lenda, 3ª Edição, Peniche 1984;
Actas da Câmara Municipal de Peniche, 22 de Janeiro de 1931;
José Augusto Pimentel – Gazeta das Caldas 1992

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

AH GRANDES LEÕES

Ontem o meu Sporting teve uma noite épica, é daquelas noites que tudo corre bem, até o Amorim teve a despedida que mereceu.
A sua partida deixa-nos tristes, mas como toda a gente concorda tomou a decisão certa, e a direcção do Sporting esteve à altura do momento, julgo que toda a gente ficou bem na fotografia.
Boa sorte para o Amorim, um treinador e condutor de homens “e peras”.
Depois dos 4 a 1 ao Manchester City, a Premier League espera por ele e Old Trafford será a sua casa.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Silêncio que se vai cantar o fado

Quer se goste ou não Amália Rodrigues é um nome incontornável do fado português, morreu a 6 de outubro de 1999 com 79 anos, completando este ano 25 anos desde a sua morte.
Para me associar a esta data aqui fica a imagem da diva do fado e do mestre Paredes, numa criação de Constantino, um génio da cerâmica Caldense.

sábado, 5 de outubro de 2024

Refugiados de outros tempos

Numa altura que tanto se fala da emigração, vem a propósito este documento distribuído pela Câmara nos anos cinquenta que apela à solidariedade dos caldenses com o povo húngaro.
Caldas da Rainha teve um papel importante no apoio aos refugiados que aqui chegaram fugindo dos horrores da 2º guerra mundial.
“Este foi um dos locais escolhidos pelo então governo português para alojar alguns dos milhares de refugiados que em 1940 entraram no país. Seria um dos paraísos perdidos referidos por aqueles que conseguiram escapar às invasões nazis, mas a sua presença também teria impacto junto dos portugueses.
As ruas, os hotéis e os cafés encheram-se de gente com diferentes costumes e modos de viver. O Hotel Lisbonense recebeu alguma desta estranha gente, em que  as mulheres fumavam, vestiam saias curtas e não usavam meias.”

sábado, 28 de setembro de 2024

Janelas da minha terra

A história da janela é tão antiga quanto a própria arquitetura. Pequenas, grandes, quadradas ou redondas, foram sempre fundamentais para iluminar e ventilar os edifícios. No Seculo XX surge o movimento de Arte Nova que acrescenta inúmeras configurações, mas nos anos 50-60 uma nova arquitectura impõe um formato mais geométrico com introdução de alumínios e outros materiais.
Mas deixando de lado a história das janelas, deixo aqui algumas imagens das bonitas janelas da minha terra.










sábado, 21 de setembro de 2024

Arte Urbana nas Caldas da Rainha

No final do seculo XX a pintura de rua ganhou estatuto de arte urbana, e frequentemente somos surpreendidos por desenhos de grandes dimensões que tornam a rua numa galeria a céu aberto.
Vista inicialmente como uma transgressão, hoje é uma expressão artística que tem chamado a atenção de várias entidades que as promovem
As Caldas da Rainha, não fugiu à regra e temos várias fachadas e murais com pinturas interessantes.







quarta-feira, 18 de setembro de 2024

Fotos num dia encoberto

Hoje dei uma volta pela Lagoa para tirar umas fotografias, mas não fui muito bem sucedido, porque a passarada foi de férias, ainda passei pelo Parque, mas hoje não era dia de brincar aos fotógrafos.







domingo, 15 de setembro de 2024

Chapéus há muitos, mas…

Bem sei que a ideia não é original, mas a nossa Rua da Liberdade está muito bonita e se há muitos chapéus por muitas cidades, chapéus com um cabo assim só nas Caldas da Rainha.




   

domingo, 1 de setembro de 2024

Ténis de Mesa nas Caldas da Rainha

Agora que está a surgir um movimento no sentido de “ressuscitar” o Ténis de Mesa nas Caldas, associo-me a esta iniciativa, porque esta é a minha modalidade de eleição, com esta publicação do Ténis de Mesa de outros tempos. Já agora estejam atentos às iniciativas da Academia de Ténis de Mesa das Caldas da Rainha.