domingo, 15 de março de 2015

16 de Março

Nunca percebi porque é que a cidade das Caldas não comemora o 16 de Março, como uma data importante do fim do regime, pela parte que me toca aqui deixo a minha homenagem á “Rapaziada do RI5”
Em 16 de Março de 1974 uma coluna de cerca de 200 militares do Regimento de Infantaria 5 (RI 5), das Caldas da Rainha, marchou para Lisboa, pensando que estava em marcha o golpe que derrubaria o Governo de Marcelo Caetano. Os actores desta tentativa frustrada não sabiam que tinha sido o ensaio geral que levaria ao 25 de Abril.
A "revolta das Caldas", como ficou vulgarmente conhecida a tentativa dos homens do RI 5, foi uma resposta directa ao acto de demissão, pelo Governo de Marcelo Caetano, dos generais Francisco da Costa Gomes e António de Spínola dos cargos de, respectivamente, chefe e vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Foi, ainda, uma reacção emocional, militarmente activa, contra a sessão de obediência ao Governo de Marcelo, por este organizada, e que teve por actores a esmagadora maioria dos oficiais generais e da hierarquia das Forças Armadas - "o beija-mão", no dizer dos capitães, que teve lugar no dia 14 de Março, quatro horas antes de Costa Gomes e Spínola serem demitidos, por se recusarem a comparecer.
Como retaliação deste movimento cerca de duas centenas de oficiais, sargentos e praças foram detidos. Entre eles, todos os oficiais do RI 5 que faziam parte do movimento (Virgílio Varela, Fortunato de Freitas, Ivo Garcia, Silva Carvalho e outros) e importantes homens do sector spinolista do movimento relacionados com a revolta (Manuel Monge, Casanova Ferreira, Almeida Bruno, Marques Ramos). No 25 de Abril, uma parte importante dos oficiais mais perto do general Spínola - que o Governo considerava o sector mais perigoso do Movimento dos Capitães - encontrava-se detido no Estabelecimento Prisional Militar da Trafaria.

Pesquisa no DN de 17-03-1974 (Reportagem de José Manuel barroso)

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