domingo, 16 de março de 2014

16 de Março – “A Revolta das Caldas”

A "Revolta das Caldas", como ficou vulgarmente conhecida a tentativa dos homens do RI 5, foi uma resposta directa ao acto de demissão, pelo Governo de Marcelo Caetano, dos generais Francisco da Costa Gomes e António de Spínola dos cargos de, respectivamente, chefe e vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Foi, ainda, uma reacção emocional, militarmente activa, contra a sessão de obediência ao Governo de Marcelo, por este organizada, e que teve por actores a esmagadora maioria dos oficiais generais e da hierarquia das Forças Armadas - "o beija-mão", no dizer dos capitães, que teve lugar no dia 14 de Março, quatro horas antes de Costa Gomes e Spínola serem demitidos, por se recusarem a comparecer.
Como retaliação deste movimento cerca de duas centenas de oficiais, sargentos e praças foram detidos. Entre eles, todos os oficiais do RI 5 que faziam parte do movimento (Virgílio Varela, Fortunato de Freitas, Ivo Garcia, Silva Carvalho e outros) e importantes homens do sector spinolista do movimento relacionados com a revolta (Manuel Monge, Casanova Ferreira, Almeida Bruno, Marques Ramos). No 25 de Abril, uma parte importante dos oficiais mais perto do general Spínola - que o Governo considerava o sector mais perigoso do Movimento dos Capitães - encontrava-se detido no Estabelecimento Prisional Militar da Trafaria.

A primeira página do Diário de Noticias dava conta deste movimento.
Realce para a frase que o Antigo regime mais adorava, “Reina a ordem em todo o Pais”.

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