domingo, 30 de agosto de 2015

Museu da Cerâmica

 
Quantos Caldenses já visitaram o Museu da Cerâmica? Provavelmente poucos, mas vão até lá porque vale a pena.
Instalado no palacete do Visconde Sacavém, além de um espaço muito agradável, tem peças muito interessantes, algumas do espólio do Visconde de Sacavém.

O 2° Visconde de Sacavém (1863-1928), dotado de excepcional sensibilidade, manteve um estilo de vida que se encontra bem expresso num artigo de uma revista de 1901:

“A pintura e a escultura não têm mistérios para o seu temperamento de artista. Dispondo de uma fortuna que lhe permite tornar realidades as suas concepções de arte, anexou à sua residência de Verão, nas Caldas da Rainha, um atelier cerâmico, onde se têm fabricado em louça artística verdadeiros primores, alguns dos quais se podem apreciar na fachada da sua residência da Rua do Sacramento à Lapa em Lisboa». Homem culto, de gosto ecléctico e um entusiasta pela arte, especialmente pela cerâmica de que foi coleccionador e artista, o Visconde foi mecenas dos ceramistas caldenses, especialmente do miniaturista Francisco Elias.
De acordo com o espírito romântico dessa época, que incentivou o gosto pelo coleccionismo, o Visconde reuniu
Uma importante colecção de arte, a exemplo de outros membros da nobreza e da realeza, especialmente do personagem que constitui paradigma, o rei consorte D. Fernando de Saxe Coburgo Gotha (1816-1885), amador e protector das artes, coleccionador e mecenas. Personalidade de destaque na sociedade caldense, o Visconde apreciava o convívio e as festas e em 1897 integrava uma Comissão de Festas composta por Bordalo, pelo Marquês da Fronteira, por Vitorino Fróis, pelo Director do Hospital (conselheiro José Filipe) e pelo Presidente da Câmara (o ceramista Eduardo Mafra). Foi o fundador do Real Automóvel Club de Portugal e o segundo titular de uma carta de condução em Portugal, a seguir ao Príncipe D. Afonso. Exímio fotógrafo, o Visconde cultivou a arte da fotografia, tendo introduzido em Portugal a técnica da fotografia a bromóleo, participando nesta área em diversas exposições nacionais e internacionais.

Conviveu com Columbano, Grandela e Rafael Bordalo Pinheiro, que o desenhou numa engraçada caricatura publicada.”

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