quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Os arrozais de Óbidos

 O Dr. Mário Tavares é um estudioso dos assuntos sobre a nossa região, e um dia destes teve a amabilidade de me oferecer um pequeno livro sobre a cultura do arroz nas várzeas de Óbidos e Caldas.um estudo elaborado para um Seminário de História do Mundo Rural.
Ficamos a saber que em 1854 eram extensos os campos de arroz nas várzeas de Óbidos que se estendiam até à Amoreira, e aos terrenos pantanosos da Lagoa de Óbidos.
Curiosa também é a animosidade que se instalou contra o “latifundiário” Faustino da Gama, que com a passagem dos bens que pertenciam à Casa das Rainhas para a Fazenda Nacional, fez com que Faustino da Gama, negociante da praça de Lisboa, entrasse, por aquisição, na posse da Várzea da Rainha, como da Quinta do Talvai, pertencente ao Hospital Real das Caldas.
 - “este entendeu que comprava o domínio pleno da dita 'Várgea, ou finge entende-lo assim e quer dispor dela a seu talante, já arrendando as porções que quer pelo preço e tempo que quer, e a quem lhe parece, cedendo os pastos comuns e recebendo renda deles, arrendando até as sanguessugas que se criam nos rios e valas e sustentando estas e outras prepotências e abusos por meio d'homens armados contra as reclamações e esforços que os Supp.es. empregam, para a manutenção das suas posses e antigos contratos e produzindo assim tais vexames e extorsões que podem levar os povos a atos de desesperação, que muito comprometerão o sossego deste Concelho”.
Alegadamente problemas de saúde publica devido aos arrozais, levaram a lutas intensas que culminou com abaixo assinado em 5 de Janeiro de 1859, no sentido da proibição absoluta da cultura do arroz neste concelho.
Em 1867 o Ministro das Obras Publicas, Andrade Corvo, decretou o fim dos arrozais.

Sem comentários: